Sobre os Ombros de Gigantes:
Conceitos de produção versus aplicações na produção O exemplo da Hitachi Tool Engineering
©Eliyahu M. Goldratt*, 2008
3/8/2025
Introdução
A evolução dos sistemas de produção sempre esteve ligada a grandes mentes e inovações disruptivas. Entre os nomes que moldaram a indústria, destacam-se Henry Ford e Taichi Ohno. Ford revolucionou a manufatura com a introdução da linha de montagem, enquanto Ohno aprimorou esse conceito ao desenvolver o Sistema de Produção Toyota (SPT), que originou o que conhecemos hoje como Lean Manufacturing.
Apesar do sucesso da Toyota, muitas empresas enfrentaram dificuldades ao tentar implementar o Lean, especialmente no Japão. Este artigo explora as razões por trás dessas dificuldades e como a compreensão dos conceitos fundamentais pode levar a uma aplicação mais eficiente desses princípios.
A Revolução de Ford e Ohno
Henry Ford foi pioneiro na melhoria do fluxo de produção, reduzindo significativamente o tempo de fabricação de automóveis. Sua abordagem baseava-se em quatro conceitos fundamentais:
Melhoria do fluxo (redução do lead time).
Uso de um mecanismo prático para orientar quando não produzir, evitando estoques excessivos.
Eliminação de eficiências locais, priorizando a produção contínua.
Balanceamento do fluxo, garantindo que toda a operação funcionasse de forma sincronizada.
Ohno, por sua vez, enfrentou um desafio diferente. No Japão do pós-guerra, a demanda era fragmentada, com necessidade de produzir diversos modelos em pequenas quantidades. Inspirado nos supermercados, ele desenvolveu o sistema Kanban, um mecanismo que limitava a produção de acordo com a necessidade real, evitando desperdícios e otimizando o fluxo.
Por Que Nem Todas as Empresas Conseguiram Implementar o Lean?
Apesar do sucesso da Toyota, menos de 20% das empresas japonesas conseguiram implementar o Lean de forma eficaz. A Hitachi Tool Engineering, por exemplo, tentou várias vezes adotar o sistema, mas enfrentou dificuldades e precisou retornar a métodos tradicionais de gerenciamento.
Os principais desafios foram:
Diferença nos ambientes de produção: O SPT foi criado para a realidade específica da Toyota, e sua aplicação direta em outros contextos nem sempre era eficiente.
Foco na técnica, não nos princípios: Muitas empresas tentaram copiar as ferramentas do Lean sem entender os conceitos fundamentais, como o foco no fluxo e na eliminação de desperdícios.
Resistência à mudança: A implementação do Lean exigia abandonar práticas convencionais, como produção em grandes lotes e uso excessivo de estoques, o que gerava resistência interna.
O Que Podemos Aprender Com Isso?
A grande lição deixada por Ford e Ohno é que conceitos são universais, mas aplicações precisam ser adaptadas. Ao invés de copiar cegamente métodos de sucesso, as empresas devem:
Entender os princípios do fluxo de produção e eliminação de desperdícios.
Adaptar as ferramentas às suas necessidades específicas.
Investir na mudança cultural, garantindo que todos compreendam os benefícios da nova abordagem.
O sucesso da Toyota não veio apenas das ferramentas que usou, mas da maneira como interpretou e aplicou os conceitos de eficiência e melhoria contínua. Empresas que desejam alcançar resultados semelhantes devem seguir esse mesmo caminho.
Este artigo foi inspirado na obra 'Sobre os Ombros de Gigantes' de Eliyahu M. Goldratt. O conteúdo foi adaptado e interpretado para fins educacionais e informativos.
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